sábado, 8 de setembro de 2012

Capitulo 1: RDK - Parte 4

Intermission: Rodrigo

Por que quero um dragão? Simples, enquanto estava lutando contra Alberto eu percebi algo. Não importa quanta força tenho, não importa se me auto-buffar, não importa se tenho duas mãos, é tudo uma questão de volume… eu não tenho como carregar as roupas de todo mundo. Sem saber o que fazer, sai vagando até encontrar essa loja chamada Everest Chicken. Até que vi, a lista telefonica com suas paginas amarelas sendo levadas pelo vento. Agora tudo fazia sentido, o mundo, o céu, tudo, tudo fazia sentido. Eu precisava de um meio de transporte único, é injusto que apenas o Ciro e o Dionathan pilotem aquele navio/mecha/voador/submario(função adicionada recentemente, estranhamente ele não funciona como um navio normal). Sim, eu também preciso de algo só meu. Por que não, um dragão? Claro, faz todo sentido… se pararmos para pensar nos meus dias de infância…

— Ok, chega, pare por ai mesmo. Você já foi longe de mais com o seu monólogo, você quer fazer todo mundo dormir? — Ciro me interrompeu.

— Oh, foi mal. Aonde estávamos mesmo?

— Você vai comprar um dragão.

— Certo — comecei a revirar as páginas da lista — A, B, C, D, Dante, Dente, Diamante Grátis, Donuts, Cheap Dragons, achei!

— Oi, que diabos de lista é essa? E tenho a impressão do que o que você achou nem deveria estar na letra "D".

— Tanto faz, você ainda tem que ir na farmacia e eu tenho que conseguir meu dragão, é para o mesmo lado. Pegue logo seu frango frito para matarmos o Dionathan de alergia e vamos nessa.

— …

— …

— …

— O que foi?

— A Yuu está falando com você, vai ignorar ela? Alias, desde quando você e a Yuu são tão íntimos?

— Err… — isso pode ficar problemático se eu não escolher bem minhas palavras agora. — Eu tenho certeza que ela só quer falar alguma coisa sobre a missão, e além disso eu não ouvi nada, tenho certeza que ela está pedindo para você repassar a mensagem.

— Ah, faz sentido, diga Yuu, eu falo com ele.

Uma crise maior foi evitada, vitória!

— Ela está perguntando onde está o Dionathan.

E PORQUE ELA TEM QUE PERGUNTAR ISSO PRA MIM???

— …Diga para ela que eu não sei… — ele realmente está fazendo isso, ela pode me ouvir claramente você sabia? Alias, do que eu estou falando, não tem nada ali para começo de conversa!

Ciro foi pegar o frango frito enquanto eu fiquei do lado de fora esperando. Nesse meio tempo alguma coisa explodiu, um prédio desmoronou e o Dionathan apareceu do nada.

— Rodrigo, você está aqui? Onde estão as roupas?

— Eu vou comprar um dragão para poder roubar as roupas.

— QUE MERDA ISSO TEM A VER?

— Tanto faz, já que você está aqui significa que você já conseguiu comida?

— Sim, está tudo no navio.

— Merda, ok você venceu essa. Eu e o Ciro ainda não pegamos nada.

— O Ciro está por aqui?

— Ele e a Yuu foram comprar frango frito.

— Mas eu tenho alergia a isso!

— É essa a intenção.

— Seus desgraçados…

Continuamos conversando sobre os eventos que aconteceram até agora.

— Espere, isso significa que você encontrou um atirador, eu lutei contra um lanceiro e o Ciro lutou contra um robo usando uma espada estranha… Isso não é estranho? Eu sou um atirador, você tem espadas estranhas e o Ciro usa lança!

— Bom, tecnicamente o atirador se perdeu no meio da luta e eu lutei contra um porco gigante, mas enfim…

— Então ele ainda não foi derrotado e pode aparecer a qualquer instante?

— Bom… sim… deixando isso de lado, o Ciro não está demorando?

No momento em que ele diz isso o Everest Chicken explode e o Ciro sai andando de lá tranquilamente com um pacote de frango frito na mão.

— … Ciro, por que você demorou tanto e a por que a loja explodiu? — Perguntei.

— Ah, a Yuu queria um dos brinquedos que vem com o lanche infantil… eles procuraram, mas não tinham o que ela queria… Ai ela explodiu a loja.

Então Yuu é o codenome de algum tipo de bomba??

Enfim, eu e o Ciro ainda tinhamos coisas a fazer e o Dionathan resolveu nos acompanhar para terminarmos o trabalho mais rápido,

— Ok, a farmácia é logo alí, vamos passar nela primeiro… vocês não acham que está tudo muito pacífico até agora?

A farmácia explode.

— Caramba Dionathan, ja é a segunda vez. Você está amaldiçoado ou algo do tipo?

— Como a culpa é minha?

— Como eu vou conseguir remédios agora? Eu vou ter que ir na farmácia do outro lado da cidade? A Yuu está cansada de andar!

— É culpa sua por não ter feito o que devia logo.

— Você também não pegou as roupas maldito!

Da farmácia que explodiu aparecem três vultos.

— Calem-se vilões! Vocês estão se envergonhando com seus atos malignos!

— Nós viemos para ajudar os necessitados e livrar essa cidade do mau!

— Temam assaltantes! Nós somos os Royal Guards e viemos para acabar com vocês!

A fumaça se espalha e três figuras que ainda não vimos antes aparecem. Um deles está vestido como um andarilho, com o cabelo espetado e duas adagas uma em cada mão, outro tem cabelo quase raspado e está segurando um arco azul brilhante e com várias flechas presas nas costas e por ultimo há uma cavaleira de cabelos compridos montada em um dragão verde e carregando um montante.

— … — Nós três ficamos encarando os recém chegados por algum tempo. 

— Não vão falar nada? — Perguntou o arqueiro.

— Bem… vocês sabem, vocês dizem que vieram nos derrotar mas… vocês destruiram a farmácia — respondi. Dionathan continuou:

— De alguma forma, vocês já não são tão vilões quanto nós?

Os três Royal Guards começam a suar frio. Ciro deu o golpe final:

— Terroristas.

Os três tropeçam em sí mesmos e dão de cara com o chão. O que usa adagas foi o primeiro a se levantar.

— Mas aquilo foi necessário, aquela farmácia… err… eles vendiam remédio sem receitas, nós precisavamos fazer aquilo!

— Calado, você é o que mais parece com um vilão entre os três!

Ele caiu de novo sem aguentar a pressão. Logo os três começaram a se levantar. Com expressões doloridas em seus rostos.

— Tanto faz… nós viemos para derrotar vocês e é isso o que faremos! Royal Guards! Preparem-se! — A cavaleira, aparentemente a lider, ordenou e os outros dois se colocaram em posição de ataque. — Nós, os três mais fortes Royal Guards iremos derrotá-los em nome da justiça!

— Ei, esses não são os caras que ficam nos seguindo por ai? — Ciro perguntou.

— Agora que você disse, realmente parece.

— NÃO ME IGNOREM MALDITOS! AH! TANTO FAZ! ROYAL GUARDS ATAQUEM!

E assim eles iniciaram o ataque, o arqueiro sacou três flechas e as atirou em nossa direção, não parou por ai, com uma frequência assustadora ele continuou disparando enquanto o gatuno corria paralelo as flechas em nossa direção e a cavaleira levantava voô. Com as flechas vindo em nossa direção não tivemos opção a não ser nos esquivarmos o que fez com que nos separássemos. O gatuno pulou na direção do Dionathan e começou uma sequência de golpes tão rapida que apenas vultos de seus braços eram visíveis, Dionathan conseguia acompanhar o ritmo com suas espadas aparecendo ao seu redor. Ciro percebendo a cavaleira voando em sua direção gritou:

— Rodrigo, tem como manter esse arqueiro ocupado?

— E eu tenho outra escolha?

Dizendo isso, tirei um fuzil das costas e comecei a disparar contra o arqueiro, ele foi obrigado a se esquivar, interrompendo sua sequência de disparos, Ao mesmo tempo Ciro sacou sua lança e defendeu a investida do montante vindo em sua direção. Resolvi me concentrar na minha própria luta e procurando uma boa posição, recarreguei minha arma e pulei para cima de um carro ao mesmo tempo que acionei minha magia Barrier que bloqueia um único ataque a distância com perfeição.Continuei atirando forçando o arqueiro a se mover, até ele conseguir cobertura entre os escombros da farmácia recém-destruida. Enquanto pulava para trás dos escombros ele lançou três flechas em minha direção. Sem me preocupar com a primeira, me posicionei de forma a desviar das duas que vinham atrás dela, aproveitando o movimento para tirar uma granada do cinto e puxar o pino.

— Tome isso seu terrorista! — Dizendo isso atirei a granada.

— Não me chame de terrorista quando você está usando explosivos!!!

Uma flecha voou na direção da granada e quando estava para fazer contato se transformou em uma bola de borracha que "engoliu" o artefato e em seguida caiu no chão. A bola de borracha apenas expandiu um pouco e voltou ao normal no momento em que a granada deveria explodir. Guardei meu rifle e peguei a espingarda, comecei a me aproximar da cobertura do arqueiro dando tiros de advertência toda vez que ele procurava uma brecha para atacar.

— Aquilo não foi uma habilidade de arqueiro, foi? O que você é maldito?

— Ha, um atirador que usa magias de cura pode falar isso de mim?

— Parece que você me conhece muito bem! — Dizendo isso eu pulei sobre a cobertura dele puxando uma pistola e apontando diretamente para o rosto do arqueiro, mas ele também está com uma flecha apontada para o meu rosto, eu ainda não posso usar Barrier por alguns minutos, se eu atirar ele vai soltar a flecha em reflexo e obviamente se ele soltar eu vou puxar o gatilho da mesma forma então estamos em um empasse. Olhei para o estojo de flechas nas costas dele.

— Você é um alquimista não é mesmo? Eu achei estranho você ter tantas flechas, você transforma tudo ao seu redor em armas não?

— Heh, você descobriu meu truque, então sabe que eu posso transformar qualquer coisa desde que respeite a troca equivalente. Mas o que você pode dizer? Hein? O que você usa para carregar tantas armas?

— Você ja deve ter percebido não é mesmo? É uma magia branca que reduz o peso. Em humanos, pode faze-los saltar mais alto e talvez se mover mais rapido dependendo de sua força e dextreza. Mas é bastante conveniente para carregar coisas pesadas. Que tal, agora ja sabemos os segredos um do outro, que tal começarmos essa luta pra valer?

— Ha, você que sabe, mago branco. 

Continuamos nos encarando por mais um instante, até que a terra ao nosso redor começou a tremer, em um pequeno momento a bala e a flecha foram disparadas, mas os dois ja estavam protegidos, o arqueiro usou alquimia no muro ao seu lado para faze-lo mudar de forma e empurrar seu corpo no momento em que soltou a flecha, eu apertei o gatilho no instante em que vi a flecha e usei Haste em mim mesmo para sair do alcance da flecha, Sem parar para descansar ele fez com que o chão começasse a se erguer em forma de lanças abaixo de meus pés, eu continuei recuando até a ultima lança aparecer, oitenta metros, essa deve ser a distância maxima da qual ele pode realizar alquimia. Uma flecha voou em minha direção, eu desviei mas ela acertou o muro atrás de mim que também começou a formar lanças na minha direção. Ele está usando flechas para compensar o alcance dele. Eu também posso fazer isso. Guardando a espingarda e a pistola, tirei do meu sobretudo um rifle, diferente do que usei mais cedo, esse tem o corpo mais longo e tem mais foco em precisão do que cadência de tiro, eu poderia transformá-lo em uma sniper se adaptasse uma luneta, mas a menos de cem metros isso seria perda de tempo. Disparando rapidamente, não contra o arqueiro, mas contra o terreno ao redor dele. As rochas e escombros que receberam o tiro foram encantados com uma magia branca chamada Atract que os faria serem atraidos para minha mão quando acionados, mas tem o efeito de serem atraidos a outras coisas que tem a mesma propriedade, e exatamente no centro de todos os objetos atingidos está a posição do meu inimigo. Percebendo que vai ser esmagado pelos escombros ele se abaixou e rolou pelo chão, claramente usando sua alquimia para alterar a composição do chão para algo que o permita escorregar mais facilmente. Em pé, ele sacou três flechas e as atirou contra mim. Saltei para evitar as flechas, mas para minha surpresa elas não possuiam efeito algum, e estando no ar sem poder me mover perfeitamente até alcançar o chão sou um alvo fácil para a próxima flecha. Sem escolha, larguei minha arma e me concenrei na seta vindo em minha direção. Com um movimento do corpo em pleno ar consegui segurar a flecha de alguma forma, uma gota de sangue escorreu da minha mão. Eu tentei jogar a flecha para longe, mas ja era tarde de mais, ela se transformou em um objeto de borracha que nem o que havia anulado o efeito da minha granada mais cedo, agora está em torno do meu braço esquerdo inutilizando todo meu membro. Sacando uma sub-metralhadora, alcancei o chão e comecei a correr. Dentro do alcance do alquimista, o chão e os muros ao meu redor começaram a mudar de forma tentando me prender enquanto flechas voam em minha direção. Atirando frenéticamente consigo derrubar as flechas impossiveis de serem esquivadas dentro do espaço criado por ele, Uso Lift em mim mesmo, a mesma magia que uso para reduzir o peso do meu equipamento, e dou um salto curto, porém rapido para fugir dos muros vindo em minha direção. Com apenas um braço não posso recarregar rapido o bastante então apenas largo minha arma e tiro uma nova granada do cinto. Com o mesmo truque de antes a granada é anulada, mas a essa altura eu já estou perto o bastante para usar magias brancas de ataque. Tiro do meu sobretudo uma faca adornada com joias. É uma simples faca se você for usa-la para atacar, mas tem a capacidade de concentrar ataques mágicos. Estamos a menos de dez metros, o arqueiro percebe minha mudança de estratégia e tenta disparar mais uma flecha. A essa altura eu já posso usar Barrier novamente então não me dei ao trabalho de esquivar. Minha mão direita segurando a faca começa a brilhar e um pequeno disparo de magia branca é lançado, em sua mão ele transforma um pedaço de escombro por perto em uma espada e bloqueia a magia. O material usado não é grande coisa portanto a espada é destruida. Estou muito perto para ele usar flechas então ele transforma o próprio arco em uma espada, dessa vez a espada é claramente mais refinada e de um material muito mais resistente. Dando um corte horizontal na altura do meu pescoço ele avança um passo, eu desvio graças ao efeito de Haste e Lift e finco a minha faca no chão.

— Holy!


Com esse curto encantamento e a quantidade apropriada de mana, eu uso a magia de ataque mais forte que possuo. A area ao nosso redor começa a brilhar em branco, bolas de energia branca surgem ao nosso redor. A magia tem certos riscos, eu preciso estar muito próximo para usar, mas se eu não sair da área brilhante demarcada logo eu também vou ser marcado como alvo do ataque. O alquimista sem ter uma escapatória rápida percebeu minha tentativa de fugir e decidiu me prender, bloqueando meu caminho com um muro de pedra. Ele deve achar que eu vou cancelar a magia se também for atingido… O problema é que ela não pode mais ser cancelada. Com um forte brilho, seguido de uma explosão de energia branca somos os dois arremessados para lados opostos, os dois claramente com bastante dano.

— Argh! — Me levanto, felizmente parece que o dano do ataque fragilizou um pouco o material prendendo o meu braço esquerdo, Usando um buff de força eu consigo arrebentar o material e livrar meu braço. Estou perto o bastante do rifle que tinha descartado para recuperá-lo. Ciro aparece do meu lado.

— Já está acabado?

— Só começando.

— Afim de trocar de dupla?

— Estava ficando interessante, mas ow hell. 

Aproveitando a calmaria, uso alguns buffs no Ciro e me concentro na cavaleira. Em voô razante ela mira o enorme montante em minha direção. Eu dou uma cambalhota para frente e desvio do ataque, no último momento consigo segurar a pata do dragão e acabo sendo carregado junto com ele.

— Largue do Dino!! Seu inseto!!

— Dino? Ei Dionathan, esse dragão tem um nome parecido com o seu!

— Calado! — Dionathan que ainda estava se concentrando na luta contra o mercenário gritou parecendo mais incomodado com o que eu disse do que com o inimigo.

— Da uma dupla sertaneja! Dino e Dion!

— Seu!! Não fale mal do meu dragão!

O dragão começou a voar de forma aleatória tentando me jogar de alguma forma.

— Errr, moça, alguma coisa está acontecendo aqui em baixo…

— Sim! Você vai morrer!

— Não, é seu dragão, ele está meio… Digamos que ele precisa ir no banheiro mais… Espere, é branco… Como pode ser branco? Ei calma, é um ovo!!

— Ovo?

O dragão acaba botando um ovo em pleno ar que cai na minha cabeça. Sendo um ovo de dragão ele não quebrou, na verdade minha cabeça é que quase partiu e eu cai, junto com o ovo.

— O DINO É FEMEA??? — Gritou a cavaleira.

— CONFIRA ISSO MAIS CEDO!! — Eu gritei em angustia. Graças ao efeito de lift que diminui o peso eu não cheguei a sofrer muito dano ao cair, mas o ovo que caiu no meu estomago machucou pra caramba.

— Argh! Por que eu estou acabando no chão tantas vezes seguidas?

O ovo começou a chocar…

— Eh? Ei, espere, já? Como? Mas…

— DEVOLVA O OVO DA DINA!!!

— NÃO MUDE O NOME DO DRAGÃO DO NADA!!

Com um brilho a casca do ovo se parte e de dentro sai um pequeno dragão branco com detalhes em preto…

— Ei, eu sinto como se eu estivesse querendo um dragão para começo de conversa… Esse desenvolvimento não é terrivelmente conveniente? Isso é quase tão absurdo que não faz qualquer sentido!

— Devolva o filho da Dina seu ladrão!

— Nem pensar, é meu agora! E é femea, então é filha! Filha! Ta me entendendo? Eu sei ver essas coisas, como você pode ter um dragão e não saber o genero dela??

Sem poder lutar com o filhote de dragão nos braços eu começo a correr.

— Ei! Que porcaria é essa? Estamos lutando aqui! Devolva o filhote!!! Volte aqui!

— Nem pensar!

E assim um guerreiro cai em cada lado da luta, o que acontecerá com os quatro que ainda estão lutando?

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