Intermission: Dionathan
Fechei a porta atrás de mim e sentei na escadaria que dava
diretamente no supermercado.
Acabo de escapar de uma bela bronca, e ainda evitei o
tormento de ser chamado de “Daisy” ou “Margarida. Obrigado, Deuses protetores.
Continuem me protegendo da Noilma.
Nessa aeronave, cada aberração possui um nome, mas como
reles e nada normais criaturas que não tem o que fazer, concordamos em inventar
apelidos uns para os outros.
Não é algo difícil de entender se levar em conta o tédio que
encaramos aqui todos os dias.
Sim, o tédio.
Há cerca de uma semana que levantamos vôo de Royal Island.
Os Dark Merchants que nos acompanharam a bordo da Izanagi abandonaram o veículo
três dias atrás. E desde então, nossas festas cessaram e caímos em um limbo de
monotonia.
Mark disse que estávamos próximos a um continente que lhes
interessava, então saltaram de paraquedas enquanto deixavam para trás alguns
mantimentos. Eles provavelmente caíram no oceano, portanto tudo bem. Afinal, devem
ter alguma bóia no meio daquelas mercadorias... Eu espero.
Maldição, por que só pensei nisso agora?! Por que diabos
eles teriam uma bóia com eles?!
Talvez porque fossem
Dark Merchants. É, faz sentido. Eles não pulariam se não tivessem... Eu preciso
parar de pensar nisso.
Suspirei.
Acho que estou fazendo inúmeras expressões estranhas
enquanto reflito, mas tudo bem. Não há mais ninguém aqui.
Bom, isso não pode ser ajudado. Eu tenho certeza de que eles
estão bem... Gostaria de ter deixado todos em um lugar melhor, mas não
controlamos a Izanagi. É ela quem decide nossa trajetória e destino. Ela
meramente segue seu próprio rumo e pára onde quiser.
Por sinal, há um leme no final do corredor três neste andar,
na seção das guloseimas, mas como ele não funciona, ninguém se importa, e assim
acabamos gerando uma espécie de vítima de exclusão social, ignorando-o sempre
que podemos.
Este é um belo passatempo por aqui. Ignorar as coisas. Embora
sejamos talentosos nisso, ninguém é capaz de ignorar ameaças vindas de uma
fujoshi.
Sinto que a cada dia que passa, perdemos lentamente nossa
sanidade. Precisamos de mais pessoas normais por aqui, ou passatempos, ou pelo
menos passar mais tempo longe dessa ilha voadora.
Olha, legal. Um saco de arroz saltitante!
- Olá saco de arroz saltitante!
Certo, eu acabei de me comunicar com um saco de arroz... Que
está pulando incansavelmente na minha frente? E que diabos é isso?
- Ei... Ei, saco de arroz-san... Você ta bem?
Ele se jogou da escada e caiu, degrau por degrau, rolando de
seu próprio jeito.
- Você quer que eu te siga?
Depois de cair do ultimo degrau, ele se ergueu e acenou
positivamente.
Bom, por mais idiota que isso possa parecer, por mais senso
comum que eu possa ter... Não posso ignorar um arroz saltitante. É simplesmente
excêntrico. Tem um certo grau psicológico de identificação envolvida nesse
processo. Então... aye, vamos seguir o saco-de-arroz-san!
Mas para onde você está indo? Sinto que perguntar não vai me
trazer muitas respostas, mas alguém precisa contribuir pro suspense da trama.
Ei, este é o corredor de ingredient- O QUE?!
Ele está... Vazio...
Pacotes espalhados para todos os cantos e... Arroz. Arroz, por todo o lugar!
Pacotes espalhados para todos os cantos e... Arroz. Arroz, por todo o lugar!
- Droga, eu sinto muito... – caí de joelhos perante o pacote
de arroz que me trouxe – eu não pude protegê-los como deveria... Minha lâmina
não foi forte o suficiente. – me curvei perante a ele em sinal de
arrependimento. – Eu sinto pela minha fraqueza...
Isso é tudo culpa da Noilma e do Ciro.
De vez em quando os dois assumem o meu posto de cozinheiro
desta espelunca. Seja para me dar uma folga, ou porque um lado obscuro e oculto
de minha alma vem à tona e luta contra tudo e todos na tentativa de obter um
bocado a mais de almoço
É, eu sou um desses personagens que tem espírito no corpo.
Não, não adianta benzer, eu já tentei. Essa coisa simplesmente me domina e me
faz querer comer as coisas quando a fome bate, então é como se eu vivesse em um
eterno dilema em que cozinho e escondo a comida de mim mesmo.
Mas... Como se não bastasse os dois queimarem um fogão
semanalmente – o que exigia assaltos massivos às lojas de eletrodomésticos –
eles ainda não calculam as quantidades a serem servidas. Pessoas que levam este tipo de filosofia de vida
merecem a morte.
Não, eu não sou pão duro. Pare de pensar isso!
Eu sei que parte da culpa é minha por ter comido
exageradamente na hora, mas isso só faz eles serem ainda mais culpados por não
terem me detido!
O saco de arroz que me encarava... Ou que parecia me
encarar, finalmente se aproximou e acariciou minha cabeça. Acho que isso é
algum tipo de sinal de perdão, fico feliz.
LIKE HELL!
Levantei e chutei o saco de arroz com tudo o que tinha para
longe.
- Eu não vou cair nesse truque mais uma vez!
- Mano, deixa de ser chato. Não da pra cair como na primeira
vez?
Ela apareceu. Flutuando na minha frente, uma garota baixinha
e asiática com uma fumaça vermelha exalando de suas pernas.
Efeitos especiais bem
legais, mas você não pode enganar o grande líder-samurai que tem a percepção
mais aguçada do que a própria lâmina da espada! Boa, essa frase foi maneira.
- “Mano”? “MANO”?! Onde neste planeta uma Djinn fala dessa
forma?
- Ei, qual é o preconceito? Nós também usamos gírias.
- Dildo! Pelo visto você achou ela. – Andrew vinha correndo
do andar de baixo para me salvar daquela situação inconveniente.
Recomendo que os desinformados NÃO PROCUREM saber o
significado desse apelido.
Andrew é mais uma espécie perfeita de aberração que citei
mais cedo.
Por que todos têm que inventar nomes tão constrangedores?! Não
basta o nome? Eu sou o fundador deste grupo. Eu não ligo se discordarem disto,
mas pelo menos tenham certo grau de noção de hierarquia e entendam a situação
quando eu proibi-la em algum futuro distante!
- Andy. Por que a nanica estava perambulando sozinha pela
Izanagi?
- It’s not my fault... – suspira - Ela simplesmente escapou.
É difícil segurar fumaça... Se é que me entende.
Que ser complicado fomos arranjar... Isso explica toda a
polêmica por trás do preço de um Kinder Ovo. Mas ainda assim acho que deveria
ser mais barato.
- Eu não preciso de uma babá, ainda mais se for ele! –
retrucou. – Eu sei me virar sozinha.
- É só até conseguirmos te chutar daqui, não esquenta. –
acalmei a Djinn.
Estou sendo encarado com desprezo.
Droga, nós somos os melhores em conquistarmos o desprezo de
alguém.
- Certo, certo. Parece que não vamos conseguir te prender no
andar de jogos, e acho que Djinns não precisem se alimentar, não é?
Ela nada disse, apenas continuou ouvindo o que eu dizia como
se eu fosse apresentar alguma solução eficiente. Mas não vou.
– Sério, isso tudo não estaria acontecendo se o Rodrigo
tivesse me dado a granada de aprisionamento que estava guardada no armazém lá
na cobertura. Mas ao invés, ele me da uma bala de borracha na cara.
ARRRRRRGH! De onde diabo veio toda essa água fria? Espera,
desde quando temos um balde flutuante no teto? Ah... Sim... Entendo.
- Acho que nossos gênios não batem. Gênios, entenderam?
Haha. – Tremi de frio e me encolhi.
- Espero que aprenda.
- Não me faça explodir com você.
- Ei, parem com isso. Se vocês quebrarem alguma coisa a
culpa vai cair em mim também. E por falar em explodir...
Engoli seco.
É agora.
Adeus a todos. Foi uma boa aventura enquanto durou, por mais
monótona que tenha sido seu final.
-Dildo, eu te entreguei algumas granadas na semana passada,
não foi?
- UM CAVALO! NÃO, UM PINGUIN! Não, um cavalo-pinguin surgiu
na ilha em que descemos e precisei usar! Sim, todas, todas elas!
- Understood.
Entenda você também; isso não era lá uma desculpa estranha
neste planeta.
- De toda forma, eu sabia que isso aconteceria, mesmo pedindo
para você apenas guardá-las para mim. É bom saber que você serve para testes
deste tipo.
Cretino, então eu me remoí tentando esconder isso de você
por sete dias à toa? E ainda por cima, era um teste?! Já pensou se elas
funcionam de uma maneira errada? Eu podia ter me explodido junto!
Mas conhecendo ele, é bem provável que a intenção tenha sido
essa.
- Dá para fazerem os três pedidos depressa?
- Por que tão rápido? – Andrew assumiu o interrogatório.
Sentei em um caixote vazio que estava próximo a uma
prateleira e fiquei a ouvir.
- Hã? Para me tornar humana novamente, é lógico! Depois de
realizar os seus três desejos eu finalmente vou poder me libertar daquela
mini-lâmpada dourada e poder andar por aí, livre com todas as amigas que farei! E então viajaremos pelos céus em uma aeronave! E... E...
- Olha, não adianta apressar. – interrompi – não podemos
tomar esse tipo de decisão assim. Precisamos conversar com os outros membros do
grupo. São só três desejos, afinal.
- Então vá conversar com eles!
Olhei para as escadas pelas quais desci. Eles ainda estavam
lá em cima, provavelmente ouvindo da Noilma.
- É melhor não... – estremeci.
Algo me diz que não foi o frio.
Quando você dá motivos para uma mulher te castigar
verbalmente, elas não param. Sinto pena daqueles dois.
- E se eu desejar você de boca calada?
- ...
- Congratulations, Dildo. Um pedido a menos.
- Mas... Mas eu não... AHHHH, MAS QUE DROGA! Volte a falar!
- Agora você só tem mais um desejo. – ela sorriu.
- O QUE?!
- Por favor... Fique calado, Dio.
Eu abaixei a cabeça e respirei fundo.
Não estou pensando direito. Deve ser por causa de tanta
chatice acumulada.
- Sinto muito, é tédio acumulado.
- Eu entendo bem, eu queria que esse lugar fosse diferente.
Paramos.
Nos entreolhamos.
Começamos a suar frio. Já era.
A garota sorriu, e dançando feito uma cigana, realizou a sua
façanha; tudo tremia.
As prateleiras ameaçavam tombar, mas não importava, porque
uma por uma, elas se quebravam em pedaços, e então viravam farelos, e iam se
reduzindo até desaparecerem. O mesmo aconteceu com os outros itens, até a sala
ficar vazia.
Mas os tremores não cessaram. Eu me segurei à parede, Andrew
se pôs no chão protegendo a cabeça.
Quanta poeira caindo do teto. Por que nunca faxinamos isso
daqui? Mesmo tendo uma garota no grupo... Qual o nosso problema?
Se bem que teias de aranha e poeira tem lá seu charme. É,
esqueça a limpeza.
E então, as paredes começaram a se curvar, simplesmente
entortaram, e o gigante andar que antes era um retângulo se tornou um círculo.
Na extremidade sul, a parede se tornou de vidro permitindo
observar a ilha toda e o horizonte. Então, surgiu uma porta nessa vidraça e o
chão se estendeu a sua frente. Um posto de vigilância. Uma verdadeira varanda
em formato de triangulo retângulo cuja base se conectava com o andar e a ponta
se virava para o sul da ilha.
Ao norte, cercando dos dois lados as escadas que subiam para
a cobertura, surgiram duas lanchonetes extensas, mas aparentemente eram a mesma
porque partilhavam do mesmo nome. “Bar Sashiburi”
E então, na frente dele, algumas cadeiras e mesas se
ergueram com alguns vasos decorativos fechando a área para lanche.
A parede leste se tornou completamente coberta por uma Tv de
incontáveis polegadas. Decorações como quadros, fliperamas, e outras coisas
surgiam na parede a oeste.
No centro, uma espécie de globo semi-circular surgiu. Estampada
em sua face, um mapa do mundo com os continentes até então descobertos. Era
possível girá-lo e em caso de necessidade, também daria para acrescentarmos
informações e desenhos.
E a nordeste deste globo, um grupo de sofás surgiu, formando
um quadrado. Perfeito para cochilos.
O teto foi revestido por um papel de parede que representava
o céu noturno, onde as estrelas brilhavam como se fossem verdadeiras. 3D é um
termo muito fraco para dar natureza a realidade do que estava representado ali.
A escada que levava até a cobertura se ramificou em três, e
o teto que ficava a uma distancia considerável do chão, descera um bocado. Não
era incômodo, mas passava a sensação de que um novo andar surgia sobre nossas
cabeças.
E então, os tremores pararam. Tudo estava calmo... E limpo.
Eu e Andy nos levantamos. Nós gastamos todos os três pedidos de uma Djinn com
coisas totalmente desnecessárias e inúteis...
Tudo bem que este último pedido valeu um bocado a pena
porque... Wow. Mas Rodrigo vai nos matar.
- Certo, Andy. Todos vimos que a culpa foi inteiramente sua.
- Você tem 2/3 mais culpa do que eu.
- Não sei do que você está falando. Eu não fiz pedido algum
e você não pode provar o contrário.
- Bom, ela pode testemunhar a favor da verdade. – apontou para
a garota.
Eu tinha me esquecido dela até agora.
E para nossa infelicidade, o dano era irreversível; ela não
estava mais flutuando, mas sim correndo com as próprias pernas pelo andar,
feliz.
Não era mais uma Djinn, mas uma humana.
- Finalmente, finalmente! Eu sabia que algum dia um idiota
surgiria para me ajudar!
Ei, estamos bem aqui, você sabe disso, não sabe? Melhor
segurar a raiva e fazer de conta que não ouvi.
- E o que são aquelas escadas?
- Elas levam para os dormitórios! A da esquerda é o
masculino e a da direita leva ao feminino.
E dragões? Amigas imaginárias? Será que ela sabe que temos estes
tipos de criaturas a bordo? Francamente... Mais casos de exclusão social dentro
dessa aeronave?
- Mas nós não pedimos por isso. – Andrew.
- Considerem um presente. Me senti mal por vocês terem feito
só um pedido descente.
Entendo. Nós também sentimos pena de nós mesmos, acredite.
Mas independente disso...
Eu corri, pulei em um dos sofás, e depois para a praça de
alimentação me aproximando do Bar Sashiburi do Oeste.
Sim, porque eles precisam de nomenclaturas para se diferenciarem.
Olhei para trás e vi Andrew analisando os outros objetos que
surgiram, provavelmente procura algo de seu interesse. A ex-Djinn já estava
caída em algum canto. Acho que estava cochilando.
Deve ser fácil se acostumar a dormir tão facilmente depois
de passar algum tempo dentro de uma mini-lâmpada.
Me voltei mais uma vez para o Sashiburi do Oeste.
Entre eu e seu interior, o balcão e as banquetas. Estava
todo equipado. Frigideiras, facas, copos. Em seu interior, um alçapão.
Com uma pequena investigação, foi fácil descobrir que aquela
entrada no chão conduzia a um estoque de alimentos. Mas curiosamente, dentro
daquele local, havia uma escada de frente para a qual desci que desembocava no
Bar Sashiburi do Leste.
Então eles eram interligados. Agora as coisas fazem mais
sentido... Embora desnecessárias.
Subi as escadas e saí do Sashiburi do Leste. E quase que
simultaneamente, Rodrigo, Ciro, e Noilma desciam. Pareciam tranqüilos.
Aparentemente, a mágica apenas afetou este andar, e nada ocorreu nos superiores
ou inferiores, nem um único tremor.
Mas toda aquela calma sumiu em um instante.
- QUE LUGAR É ESSE?
Espera, quem é aquela atrás deles?!
- Cuidado! - fiz uma
espada levitar apontando para a garota que surgiu de trás do Rodrigo.
- Intrusa! – Ao mesmo tempo, Rodrigo sacou suas pistolas e
Ciro pegou em sua lança, apontando para a garota de olhos levemente puxados que
dormia.
Ficamos nos encarando por um tempo, até que Noilma explicou
toda a situação. Quem era Heike, o que era. Falou também sobre a Djinn.
Poupando nossos leitores, aproveitei e também expliquei o
que alterou a estrutura da Izanagi:
- E então, a Djinn simplesmente alterou o andar porque seus
poderes saíram do controle. Isso fez com que ficasse sem forças e virasse uma
humana comum!
Eu não podia dizer a verdade. Andrew me olhava com cara de
musgo enquanto eu inventava aquela mentira cabeluda.
Mas o importante é que tudo vai ficar bem. Ninguém vai
acusá-la por isso. Yey.
- Então este é o novo supermercado? Legal. – Ciro.
- É uma forma de se ver isso... Eu acho... – Andy suspirou.
- Só que não. – Noilma se sentou em um dos sofás - Mas eu
gostei do novo visual. É bem completo, também. Tem um pouco de tudo.
- Mas ainda é estranho. Pelo que ouvi, Djinns geralmente
concedem três desejos.
- Ela deve ter gastado com outro alguém.
Obrigado por essa resposta Ciro. Você acaba de me poupar de
mais uma fantasia mirabolante.
E então, Heike voltou ao normal. Isso era inédito para quase
todos. Já sabíamos que ela era um dragão, mas nunca presenciamos sua transformação.
Passamos mais um tempo conversando e discutindo as vantagens
que teríamos, e também as desvantagens mínimas que aquilo tudo traria.
Mas não importa como você encare a situação, hora ou outra vamos ter de encarar
aquilo...
Os Andares Proíbidos. Não podemos adiar isso para sempre...
... Mas podemos por hoje.
O sol estava se pondo. Com a ajuda de Heike, Noilma trouxe a
garota de traços orientais para a varanda onde observávamos o céu.
Não sei qual a altitude que alcançamos, mas sei que essa
paisagem é exatamente como um dos quadros românticos que sempre observamos em
exposições de arte.
E lentamente, o alaranjado ia se tornando avermelhado a medida que
o sol se abaixava no horizonte. Continuávamos conversando, bebendo suco de
laranja que fora feito por mim com a ajuda de Ciro e Noilma.
Meu preferido. Com a mesma cor do poente.
À medida que nossas risadas ecoavam pelos céus e
comemorávamos o nascimento de uma nova QG, um grupo de pássaros enormes de cor
branca decidiu nos ultrapassar voando em direção ao horizonte e seu
deslumbrante pôr-do-sol.
= Ending =