sábado, 15 de dezembro de 2012

Capitulo 5 - Phantom Mayhem - Parte Final


Intermission: Ciro


Aquele cheiro... o cheiro agridoce entrando pelas minhas narinas era inconfundível, mesmo nessa névoa que trai todos meus sentidos. O passado corria atrás de mim e como uma lebre encurralada por uma raposa, parece que não terei escolha a não ser passar por cima do predador. 

Espero que não tenham descoberto meu disfarce, assim eu poderei ter um trunfo na manga.


Intermission:  ???

Usando minha névoa mágica como manto, persegui meu primeiro alvo através da imensidão do porto com os containers. Sempre a uma distância segura. Humanos não seriam capazes de me notar, tenho confiança nisso. Os vários anos de experiência que tive ao trabalhar com os Arcanas tiverem valor muito alto para minha. 

Dentro de minha túnica, preparei minhas armas. Ao notar que meu alvo faria uma curva em direção contrária ao mar, esperei alguns segundos e dei o bote.

Intermission: Ciro

Como previsto, ela me atacou. 

Um peso de metal preso em uma corrente veio em minha direção como um relâmpago,  mas isso também era previsto. Meu braço ficou preso pela corrente e um calafrio passou por todo meu corpo. Meu braço começou a congelar lentamente.

Com a outra mão, peguei minha nova lança: Diferente da antiga, essa lança possuía três lâminas em uma de suas pontas com uma delas estando no lugar tradicional e as outras duas em um ângulo de 90° com a primeira. Sem hesitar eu golpeei a corrente, que era feita de gelo. 

Por incrível que pareça, gelo pode ser tão duro quanto aço dependendo da temperatura, mas por conta do meu calor o gelo já estava com uma temperatura mais "normal".

Entrei em posição de batalha e aos poucos ia recuando, fingindo estar com medo.

Outro peso com uma corrente acertou minha lança e a prendeu, porém quando a assassina puxou minha arma ela se deparou com uma força maior do que a imaginada por ela segurando a lança, então ela partiu para o plano B e começou a congelar minha lança lentamente. Se eu continuar muito longe dela não poderei lutar adequadamente.

Avancei em direção da longa corrente de gelo, quando recebi um corte diagonal em meu peite: Fui atingido por uma foice curta. Recuei e comecei a olhar para o vulto na minha frente.

Nesse momento várias coisas se passaram pela minha cabeça e meu coração. O ódio, a humilhação, a impotência que senti no meu passado estavam retornando. Era dificil saber se o que ardia em meu corpo era meu ódio ou simplesmente a dor pelo corte. Provavelmente ódio.

Ela era menor que eu, cerca de 10cm, aparentemente usava um longo cabelo até a cintura preso em um rabo de cavalo. O resto não era distinguível por conta da névoa.
- Parece que eu cresci e fiquei maior que você, Anna. Porém você não usava golpes de gelo, parece que você está lutando para ser menos incompetente, certo?


Lógico que ela não me respondeu. Apesar de que sabia que ela estava ardendo em chamas por dentro. Como um dragão, devo dizer que adoro fazer isso com as pessoas que não gosto. Pena que no momento se eu comesse ela como já fiz com outros no momento seria quase um canibalismo... uma pena. Apesar de que ela deve ser magrinha e dura. Ok ok, acho melhor voltar ao negócio do ódio. Quem sabe eu te darei de comida para algum bicho da ilha.    

Infelizmente enquanto estiver usando minha forma humana esse machucado me causará muito problema, 

Comecei a entrar em meu modo dragão: Começou com um formigamento; minha pele tornou-se cada vez mais dura e áspera e se separou em placas, deixando entre elas um tom incandescente; olhos mudaram de cor de castanho escuro para um amarelo sem vida; meus dentes começaram a se afiar; meu nariz começou a recuar e o cabelo começou a sumir; minha altura diminuiu um pouco e por último uma cauda apareceu, perfurando minha roupa. Droga, como vou explicar o porque que tenho um buraco aqui depois para os outros? O Dionathan vai me encher tanto o saco depois...

- Temperance... se não estou errado, certo? - falei com a moça. - Se você sair viva, mande um recado ao resto dos arcanas: Recuperarei ela e logo vocês estarão todos com suas cabeças decepadas e corpos em chamas.

- Você... essa forma... the Hangedman? Então você sobreviveu, traidor. A mensagem já foi passada... logo logo você receberá notícias da guilda.

- Odeio essa droga de telepatia dos arcanas, sabia? Mas chega de papo.

Avancei contra ela, minha lança exibia uma coloração escarlate devido ao calor que introduzi ali. 

Ela desviava enquanto recuava de minhas estocadas, seus passos eram tão bonitos que pareciam passos de balé. E me davam uma vontade enorme de fazer com que eles parassem.

Felizmente uma lança também pode funcionar parcialmente como um bastão, então bati nela horizontalmente usando a haste e a fiz ir de encontro contra um conteiner. Sem dar tempo de ela levantar, envolvi a lança em chamas e estoquei contra o conteiner e ela desviou, cambaleou até cair ao chão. 

Apontei minha lança contra ela e disparei uma rajada mágica de fogo através da lança. Ela infelizmente não vai morrer com isso por conta da proteção mágica que seus equipamentos a proporcionava.

- Você perdeu assim que escolheu a mim como seu alvo. 

Joguei minha lança ao lado, não precisaria dela no momento.
Virei ela para a deixar com a barriga pra cima, sentei em cima dela e agarrei seu pescoço.

- Então você continua vivendo como um parasita, Hanged? Logo os outros arcanas vão te encontrar e você não terá chance alguma você terá uma morte lenta e dolorosa e assim que sua amiguinha não tiver mais utilidade, ela será tão torturada que você nem imagina!

Não preciso prestar atenção nas palavras de uma assassina no limite entre a vida e a morte. Claro, eu iria absorver o poder mágico dela até o limite, o que a deixaria muito mal. 

Vindo quase que como do nada, uma katana estava pressionada contra meu pescoço. E então, ao olhar pra cima, eu vi o Dionathan... um Dionathan com o temperamento muito diferente do "babaca feliz" ao qual todos estávamos acostumados. 





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