segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Capítulo 6 - The Dead Remains of a Necromancer's Past - Parte 3

Intermission: Anna.


Essa ilha está doente. Estou certa disso.
Sou uma Undine¹, uma ninfa da água, logo tenho uma capacidade singular de detecção de organismos que possuem bastante água na estrutura, como humanos.
Essa ilha está vazia, com exceção dos Royal Dark Knights e de mais uma pessoa. E há uma presença muito mais assustadora que o dragão que me persegue se escondendo em uma caverna.
Não tenho como derrotar ele em um combate direto. Porém, se eu correr até a caverna que vi antes de  lutar contra o Hangedman, pode ser que eu encontre uma forma de poder lá que me permita lutar contra ele e sair viva.

Intermission: Ciro


Continuei correndo atrás do cheiro da Anna, ela não conseguiria escapar por muito tempo.
Perseguindo ela agora através de uma trilha entre uma mata, senti o cheiro familia do Ryu, porém não tenho tempo de ir conferir o que está fazendo. Só espero que ele não venha me perseguir.
Enquanto corria atrás dela, tive muito cuidado com minas escondidas porém não consegui evitar todas e isso me atrasou um pouco.

Intermission: Anna


Finalmente cheguei... espero que não tenha me encurralado. Ao olhar pela caverna, quase não consegui identificar o que havia no seu interior.
Uma mesa rústica de madeira com um livro com símbolos escritos em sangue e páginas de pele humana acima dela. Uma faca com sangue seco.
O cheiro desagradável de morte exalado daqui quase me fez ignorar o que se encontrava no fundo da caverna, preso em correntes mágicas: Um monstro negro humanoide com mais de 2 metros de altura, cabelo enorme que cobria seu rosto, vestido com trapos e com tatuagens tribais espalhadas pelo seu corpo seminu.

Intermission: Ciro


Mesmo correndo mais rápido que ela, só consegui chegar perto a ponto de vê-la perto de uma caverna que exalava um cheiro de cadáveres.

- O que veio fazer no meu recinto? O Lennarth mandou mais comida pra mim? Já era hora. Ele parece ter esquecido de que ele me deve mais do que a própria vida. - disse uma voz profunda vinda do fundo da caverna.

- Não sei quem é esse, mas vim aqui pedir suas forças emprestadas... estaria disposto a fazer um contrato? - disse Anna - Meu corpo para servir de seu avatar em troca da vida dele! - e então ela apontou pra mim.

Isso é mal. Ninfas tem uma afinidade muito grande com espiritos, provavelmente ela perderá seu corpo pra sempre. O problema mesmo será me livrar desse demônio; só será possível se quem o invocou quebre o contrato original.

Mas quem diabos invocou ele no fim das contas? E por quê? To sentindo que não vou descobrir quem fez o barco voador ao qual atracamos ao lado nas docas...

- Um corpo fraco como o seu? O que a faz achar que tenho interesse no corpo inútil de uma Undine?

- Eu sei que você não tem uma forma física no momento. Depois de matá-lo, poderia vagar livremente para procurar um corpo mais apropriado, não é?

- O contrato está selado. Apesar de que não poderei sair dessa caverna enquanto tiver o contrato com o Lenarth, logo resolverei esse problema.

E então rapidamente o demônio, se transformando em fumaça, entrou na boca da Anna. Os cabelos de Anna rapidamente se tornaram negros, sua reveladora armadura leve se transforma em uma armadura completa e pesada totalmente negra. 
O demônio então levanta seu braço direito perpendicularmente ao corpo e uma espada quase maior que o corpo de 1.60 de Anna é invocada. 
Atrás de mim a caverna se fecha, e fico preso numa caverna com aproximadamente 15m de raio. A falta de luz não é um problema pra mim nem pra ele, mas se ocorrer um desmoronamento só eu tenho a sair perdendo. 
Tenho que sair daqui. 

- Vamos acabar com isso logo! - disse o corpo de Anna, agora com uma voz masculina. Droga, odeio homens com aparência de mulher.

Com uma velocidade incrível  o demônio avança contra mim e dá um corte na diagonal o qual pareio com dificuldade. 
O peso do corpo, mesmo com armadura, é muito pouco e só por causa disso não fui arremessado pra trás.
Contra uma espada de tamanho normal eu teria vantagem mas o tamanho absurdo daquela espada me atrapalhava na luta.
Comecei a desviar dos golpes da espada ao invés de pareá-los, sempre estocando minha lança em direção a um ponto vital dela quando via a chance porém ela conseguia evitar ser ferida letalmente, levando somente arranhões.

- Deve ser bom não sentir dor por usar um corpo alheio, hein demônio?

- Não tenho tempo pra brincar com você, o Lennarth está vindo. Desapareça! Banishment this world! - E com essas palavras mágicas, do balançar de uma espada saíram chamas negras que me arremessaram na recém-fechada entrada da caverna, quebrando-a e me mandando em meio ao bosque. 

Não fosse pela minha forma draconiana eu  teria certamente morrido.
Já sem forças para manter minha transformação, sinto minha pele latejar. Minhas escamas começam a cair. Lentamente volto a minha forma humana.
E com minha forma humana, a dor inunda meu corpo.
Parece que engoli espadas, além de ter queimaduras na pele.
É meio irônico eu, um dragão, ser acertado por uma chama tão forte que atravessa minha epiderme. Ando muito destreinado. 
De qualquer maneira, tenho que encontrar a pessoa que invocou esse demônio. Parece que terei que voltar lá pra apanhar mais uma vez. 

¹ - Undine: Ninfa aquática nascida em tribos perto a rios e lagos, evita contato com outras raças. Possui uma afinidade natural com magias de água e brancas. Há relatos de humanos que, atraídos pelos cabelos azulados, pele branca como neve e corpo volumoso das ninfas, sumiram e reapareceram misteriosamente congelados.

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